quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Ilha não é só um pedaço de terra cercado d'água por tudo que é lado.
Ilha é qualquer coisa que se desprendeu de qualquer continente.
Por exemplo: um garoto tímido abandonado pelos amigos no recreio, é uma ilha.
Um velho que esperou a visita dos netos no Natal e não apareceu ninguém, é uma ilha.
Até um cara assoviando leve, bem humorado, numa rua cheia de trânsito e stress, é uma ilha.
Tudo na gente que não morreu, cercado por tudo o que mataram, é uma ilha.
Até a lágrima é ilha, deslizando no oceano da cara."

[Oswaldo Montenegro]
Quando a gente nasce parece que sabe direitinho o que é a felicidade.

Depois acho que a gente vai desaprendendo.
Era tão mais fácil fazer amigos. E pouco importava o nome deles.
Ter um riso franco esparramado pelo rosto era a melhor maneira de começar bem um dia. E pouco importava se chovia.
Bastava um graveto para termos um cajado.
Um carrinho de mão para termos uma carruagem.
Tínhamos a persistência dos bons e a coragem dos batedores de pênalti.
Mas, de repente, a gente começa a se preocupar demais com o quê os outros vão achar.
E começam também a surgir os desertos de dentro, e a gente parece cansar mais rápido de quase tudo.
Logo estamos racionalizando afeto, aprendendo a timidez e gostando escondido.
Como se fossemos encolhendo a alma ao longo do viver.
E a gente aprende o medo.
Como esse que sinto agora.
Porque ainda quero declarar amores, deitar na grama, ver figuras nas nuvens e inventar histórias.
Ainda quero saber a felicidade.

[http://migre.me/wAhh]
A gente até tenta disfarçar, mas nosso encontro está garantido há muito tempo, por nossas almas, que amam-se antes mesmo de nossos corpos terem se conhecido.


[Ai que coisa linda.... hehehe adoro esses trechos "bobolóides"!!!]